IOV – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE FOLCLORE E ARTES POPULARES
A tradição do Círio de Nazaré surgiu algum tempo depois de um homem encontrar uma imagem da santa.
A esse fato são atribuídas diferentes versões. Uma das mais credíveis é baseada em um manuscrito de Dom Frei João Evangelista, quinto bispo do Pará, onde ele afirma que no final do mês de outubro de 1700, Plácido José de Souza teria encontrado uma imagem da santa perto de um igarapé localizado à margem de um córrego e decidido levá-la para casa.
No dia seguinte, a imagem havia desaparecido e Plácido a teria encontrado novamente no mesmo local onde a tinha visto pela primeira vez. O fato se repetiu durante dias e, assim, Plácido entendeu que a imagem deveria ser mantida no local onde sempre reaparecia, construindo ali uma pequena capela para abrigar a santa.
Por ficar localizada perto de uma estrada, muitos que passavam conheciam a imagem e costumavam deixar velas e esculturas de cera, para além de outros tipos de ofertas.
Com o passar do tempo, cada vez mais pessoas visitavam a capelinha. Depois da construção original, ainda foram construídas outras três capelas (em momentos diferentes), cujas dimensões eram sempre maiores do que que a das anteriores, que estavam substituindo. Essa necessidade de ampliação culminou na construção da majestosa Basílica Santuário.
Acreditava-se que a imagem teria sido de missionários jesuítas portugueses. Em 1773, Dom Frei João Evangelista Pereira a enviou para ser restaurada em Portugal e solicitou à então Rainha Dona Maria I e ao Papa Pio VI uma licença oficial para honrar a santa com uma festividade.
A autorização foi dada em 1790, mas só chegou a Belém em 1792.