União das Etnias de Ijuí – RS.

IOV  –  ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE FOLCLORE E ARTES POPULARES

A União das Etnias de Ijuí iniciou a sua organização em 1994, a partir da motivação dos Presidentes das Casas Étnicas e da Associação Tradicionalista Querência Gaúcha, durante a VIII FENADI, tendo como objetivo fundar uma Associação que congregasse as doze entidades e representasse o movimento em suas mais diversas atividades, bem como fortalecesse a escolha de presidentes da FENADI. Após inúmeras reuniões e estudos, no dia 19 de abril de 1996 foi realizada a primeira Assembleia Geral, presidida pelo senhor Orlando Romeu Etgeton, então coordenador da Comissão Provisória Pró-Fundação da União das Etnias de Ijuí. A primeira reunião aconteceu na sala de reuniões da Prefeitura Municipal de Ijuí, objetivando a criação da entidade, aprovação dos estatutos e realização da eleição da primeira diretoria.

Como primeira diretoria da União das Etnias permaneceu o coordenador da comissão, Sr. Orlando, como presidente, Volnei Viau como vice-presidente, Gertrudes Commandeur como primeira secretária, Valter Commandeur como segundo secretário, Mustafá Rashid como tesoureiro, Elemar Kettenhuber como segundo tesoureiro. A UETI, registrada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas de Ijuí – RS como uma associação livre de caráter cultural, com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos e com prazo de duração indeterminado, tem entre seus fins: promover a união étnica de Ijuí, coordenar eventos, projetos e atividades de interesse comum aos Centros Culturais de Ijuí e estimular o intercâmbio com entidades congêneres.

  • Instituição parceira filiada da IOV Secção Brasil.

 

 

A Festa Nacional das Culturas Diversificadas

Magníficas florestas estendiam-se às margens do rio Ijuí. Havia o interesse do governo em tornar as terras agricultáveis. Por isso, no ano de 1889 mandou medir mil colônias para serem ocupadas pelos imigrantes tidos como trabalhadores e pacíficos.

Provindos de diversos países os imigrantes foram os pioneiros no desenvolvimento do município que passou a caracterizar-se pela diversidade étnica. Desde os tempos da fundação da Colônia Ijuhy a 19 de outubro de 1890 há registros de que em encontros religiosos e festivos 19 línguas eram ouvidas, quem sabe, dialetos diferentes.

O trabalho, a união familiar e a religiosidade marcaram a história destes povos que tornaram Ijuí próspero nas diversas áreas da sociedade.

Por muitos anos os imigrantes mantiveram suas tradições e as repassaram para os filhos e netos.

A partir de 1981 Ijuí passa a viver um novo momento. Realiza-se a I EXPO-Ijuí. A avaliação da feira aponta para a necessidade de novas ações que resultassem num maior crescimento do município.

Desta forma, no ano de 1984 a FIDENE provocou lideranças do município a pensarem em estratégias para o desenvolvimento de Ijuí. A primeira reunião ocorreu na ACI no dia 22 de julho daquele ano, contando com a participação da ACI, FIDENE, COTRIJUI e Prefeitura Municipal. Coordenado pelo professor Adelar Baggio.

Após a realização da 2ª EXPO – IJUÍ, a avaliação do evento apontava para a necessidade de dar um novo ânimo à exposição. Algo que somado à indústria viesse revigorar a feira. Nesse sentido o professor Mario Osório Marques posicionou-se dizendo “…seria necessário ampliar o sentido destas feiras, não só dos produtos comercializados, como no sentido espiritual e artístico…” O ilustre Professor defendia e posicionava-se a favor da formação da identidade étnica(…). Cabe destacar, que o movimento étnico de Ijuí nasceu “dentro da Comissão ‘Ijuí, por uma Cidade Universitária’. Levada à Comissão da Retomada do Desenvolvimento do Município”(Professor Adelar Baggio). A sugestão foi bem aceita e já colocada em prática no ano de 1987.

Desta forma, as etnias teriam novamente um papel preponderante na história do município. O papel de alavancar o trabalho e de resgatar e expressar a cultura destes povos. E foi o Professor Mario Osório Marques quem sugeriu a realização de uma grande festa que congregasse os diversos grupos étnicos constituintes do município. Surge então o Movimento Étnico no município.

Foi numa reunião informal realizada à sombra de uma frondosa árvore situada onde hoje se localiza a casa árabe que a Comissão da Retomada analisava as mudanças que poderiam ocorrer em Ijuí, quando sugeriu-se a construção de casas das etnias no parque Assis Brasil. Naquele momento o quebra-cabeça passou a tomar forma. Foi então que o vice-prefeito, na época Valdir Heck sugeriu que se fizesse uma reunião motivacional no Povoado Santana, berço dos poloneses em Ijuí, composto por um núcleo populacional organizado e que em muitos aspectos vinha mantendo as tradições dos pioneiros.

“A proposta lançada pelos líderes do projeto, encontrou imediata resposta dos descendentes de poloneses, concentrados especialmente em Povoado Santana, logo seguidos por outros grupos étnicos. Essa mobilização foi fundamental para viabilizar a realização da I Festa Nacional das Culturas Diversificadas – FENADI, no mês de outubro do ano de 1987.” Tendo como Presidente o professor Adelar Baggio.

Inúmeras reuniões lideradas por ele e por outras lideranças, em Santana e em outras localidades com os poloneses, alemães e italianos resultaram na organização dessas três etnias que “ construíram suas casas típicas, prepararam grupos de danças e mostraram suas pujantes gastronomias na 1ª FENADI de 1987. Lembramos que a Sociedade Cultural Karol Wojtyla foi fundada em 02/05/1987, O Centro Cultural 25 de Julho, em 09/05/1987 e o Centro Cultural Regional Italiano de Ijuí, em 12/08/1987. Logo após a feira, em 20/11/1987, foi fundado oCentro Cultural Herdeiros de Zumbi, em 25/11/1987, O Centro de Cultura Austríacae em 16/12/1987, a Sociedade Cultural Holandesa. No ano seguinte, em 05/01/1988, fundou-se o Centro Cultural Português e em 17/10/1988, o Centro Cultural Leto. Para congregar os 12 povos de Ijuí fundou-se em março de 1990 a Associação Tradicionalista Querência Gaúcha, em 10/09/1990, a Casa de Cultura Árabe, em 08/08/1992, o Centro de Cultura Espanhola e em 12/10/1996, o Centro Cultural Sueco.

Especificamente com relação I FENADI buscava-se:

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  • Estimular todos os grupos étnicos de Ijuí a sua organização específica como grupo social e incentivá-los para que cultivem as suas tradições e valores, através das mais diversas manifestações, ou sejam: alimentação, vestuário, arquitetura, dança, música, teatro, pintura, escultura, “memória histórica”, etc.
  • Estimular a comunicação dos grupos, das pessoas e dos grupos étnicos de Ijuí com os respectivos grupos, movimentos e outras formas de manifestações específicas, culturais, artísticas no Rio Grande do Sul, no Brasil e no País de origem.
  • Estimular estudos, debates, encontros e outras formas de entendimentos e cultivo das mais diversas manifestações e expressões étnicas, culturais e artísticas, fruto de rica miscigenação ou de “mistura” dos seguintes grupos étnicos que participaram de todo processo de colonização de Ijuí e da Microrregião: alemães, espanhóis, italianos, letos, poloneses, luso-brasileiros, suecos, húngaros, sírio-libaneses, teuto-russos, holandeses, austríacos, negros, japoneses, franceses, ameríndios, suíços, entre outros.

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No dia 19 de abril de 1996, os grupos étnicos constituíram a UETI – União das Etnias de Ijuí. Entidade Civil de caráter cultural que tem como objetivo Promover a União Étnica de Ijuí; Coordenar Eventos, Projetos e Atividades de interesse comum dos Centros Étnico-Culturais e estimular o intercâmbio com Entidades Congêneres.

Envolvendo milhares de pessoas que trabalham voluntariamente para uma causa maior: a preservação e a divulgação da arte e da cultura guardada com imenso amor e carinho pelos antepassados, e principalmente o amor por esta terra que há mais de um século acolheu de braços abertos os pioneiros que aqui aportaram e que fizeram desta, a sua terra.

Este potencial cultural distingue Ijuí que traz em sua história a coragem, a fé e o trabalho dos diversos grupos étnicos e da Associação Querência Gaúcha que abraçaram esta terra para torná-la grande!

Todos esses anos de FENADI representam a coragem, a fé e o trabalho das diversos grupos étnicos que compõe o mosaico cultural que nos distingue e nos engrandece. As etnias e o movimento tradicionalista gaúcho sentem-se irmanados neste avanço cumprindo o seu papel de resgatar, preservar, manifestar a riqueza cultural do país que representam, bem como o nosso querido Rio Grande do Sul.

Adaptado do Texto original: “FENADI 25 anos” criado em 2011 por Marli Meiger Siekierski.

 

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Aos vinte e três dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e vinte, às oito horas, na Cidade de Nova Petrópolis no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, ocorreu uma Assembleia Geral, com o objetivo de promover todas as formas de arte popular e cultura folclórica como elementos do Patrimônio Cultural Imaterial (ICH), para promover a compreensão e apreciação da diversidade cultural entre todos os povos e, assim, aumentar as perspectivas para a paz mundial.

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